corpo infeliz
A industria farmaceutica precisa de corpos doentes. As industrias do trabalho precisam de corpos funcionais. Treinados, especializados e domésticados. A indústria intelectual, produtora de idéias, precisa de corpos racionais. Corpos que param de se movimentar para produzir idéias. Reunindo as atitudes que estas indústrias buscam moldar, temos um corpo infeliz. Conclui-se que o que sustenta a ideologia do produtivismo é um corpo infeliz. Pois um corpo doente, domésticado a uma função, e civilizado é um corpo infeliz. Nenhum deles precisa de um corpo feliz. Pois um corpo feliz, é um corpo saudável e um corpo saudável não precisa de remédios. Um corpo feliz, é um corpo livre, um corpo que não se limita a uma função, cuja finalidade da existência não pode ser reduzida a uma função. E um corpo sem função é um corpo improdutivo. Improdutivo para a indústria.
Um corpo feliz é um corpo que conserva algo de selvagem. Não é um corpo sob regime de controle racional o tempo todo. Um corpo que só da suporte e sustenação ao corpo para que este se aproxime de outros para unicamente trocar informações por vias verbais. A comunicação oral se dá principalmente por meio de códigos sociais e etiquetas que regulam as distâncias entre as duas partes o tempo todo. Mas um corpo fora do controle racional e social é visto como um corpo bárbaro e, portanto, impossível de ser aprovado e recomendado pela civilização.
Resumindo, as instituições humanas que detem o controle e ditam o tom e as regras de conduta e princípios ordenadores de nossas sociabilidade elegeram um corpo infeliz como modelo de corpo a ser fabricado para sustentar seus regimes ideológicos. Um corpo funcional, racional que adoecerá logo, para ser substituído por outro corpo mais potente para dar conta da operação da produtividade. Ou seja, um corpo infeliz e substituível. Que pena, nossas chances de ser feliz num mundo organizado para que tenhamos e mantenhamos nossos corpos infelizes são muito pequenas. Boa sorte para quem conseguir romper a barreira. Uma dica é que é uma batalha diária, luta constante, cheios de armadilhas e às vezes, é difícil detectar os inimigos. Que haverá muitos dias perdidos, mas, por outro lado, suas maiores chances de ser feliz repousam também no único: portar um corpo feliz, ou melhor, ser um corpo feliz. Um corpo que se permite propor e fazer o que sinceramente quer, quando quiser, com quem quiser. Negociando com sinceridade os interesses e limites estabelecidos com os outros corpos. Uau impossível. Mas não disseram que tudo é possível? Foi mais um sabonete da indústria das idéias.(Mas aí depende do outro...Enfim não pretendo estabelecer uma definição de corpo feliz, se virem, infelizmente trata-se de uma definição, em grande medida, de natureza íntima, individual e intransferível. Como a maioria das definições reais, são relacionais e contextuais e não universais e absolutas.)
Um corpo feliz é um corpo que conserva algo de selvagem. Não é um corpo sob regime de controle racional o tempo todo. Um corpo que só da suporte e sustenação ao corpo para que este se aproxime de outros para unicamente trocar informações por vias verbais. A comunicação oral se dá principalmente por meio de códigos sociais e etiquetas que regulam as distâncias entre as duas partes o tempo todo. Mas um corpo fora do controle racional e social é visto como um corpo bárbaro e, portanto, impossível de ser aprovado e recomendado pela civilização.
Resumindo, as instituições humanas que detem o controle e ditam o tom e as regras de conduta e princípios ordenadores de nossas sociabilidade elegeram um corpo infeliz como modelo de corpo a ser fabricado para sustentar seus regimes ideológicos. Um corpo funcional, racional que adoecerá logo, para ser substituído por outro corpo mais potente para dar conta da operação da produtividade. Ou seja, um corpo infeliz e substituível. Que pena, nossas chances de ser feliz num mundo organizado para que tenhamos e mantenhamos nossos corpos infelizes são muito pequenas. Boa sorte para quem conseguir romper a barreira. Uma dica é que é uma batalha diária, luta constante, cheios de armadilhas e às vezes, é difícil detectar os inimigos. Que haverá muitos dias perdidos, mas, por outro lado, suas maiores chances de ser feliz repousam também no único: portar um corpo feliz, ou melhor, ser um corpo feliz. Um corpo que se permite propor e fazer o que sinceramente quer, quando quiser, com quem quiser. Negociando com sinceridade os interesses e limites estabelecidos com os outros corpos. Uau impossível. Mas não disseram que tudo é possível? Foi mais um sabonete da indústria das idéias.(Mas aí depende do outro...Enfim não pretendo estabelecer uma definição de corpo feliz, se virem, infelizmente trata-se de uma definição, em grande medida, de natureza íntima, individual e intransferível. Como a maioria das definições reais, são relacionais e contextuais e não universais e absolutas.)
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