Atirei o pau no gato!
Aconteceu no teatro SESI do Rio vermelho no mês de março o Cabaré show de calouros, um espetáculo de palhaços que faz parodia com o show de calouros exibido da televisão. O show estava organizado da seguinte maneira: Uma apresentadora, uma assistente de palco, uma banda, e uma crítica, e os calouros, todos estavam quase sempre presentes em cena com exceção dos calouros.
A apresentadora convidava um calouro para apresentar o seu show e a critica iria julgar no final. A critica era chamada de Cricrítica, era uma palhaça pálida e não muito simpática, a apresentadora fazia questão de destacar esses pontos nela. Cricrítica vestia um roupão, um óculos gigante e um lenço estranho amarrado na cabeça, seu comportamento era bastante esnobe e consequentemente engraçado, ela ficava sentada atrás de uma mesa no canto do palco e ia bebendo cachaça 51 ao longo do espetáculo. Lá para o meio do show depois de tantas criticas maldosas, o álcool fez efeito em Cricrítica, que ficou “no cio” começou a querer tirar a roupa e falar que sexta feira era dia de sexo e que tinha muito tempo que ela não “dava” (a plateia entrava em êxtase com a Crcrítica).
Outro personagem bastante cômico era o palhaço dançarino contemporâneo, ele entrava rapidamente no palco entre os intervalos dos calouros, com um rádio na mão, uma faixa de tênis na cabeça, barriga avantajada à mostra e com uma calça leg, apertava o play, a música tinha a seguinte letra: Mão, mão, pé, mão, pé, braço, barriga, pneu. Seus movimentos eram de acordo com a música, sua expressão facial era neutra, o que tornava o número muito engraçado. O dançarino contemporâneo foi interrompido varias vezes pela apresentadora do programa que afirmava que o dançarino era um intruso e que não tinha se inscrito.
A banda do programa de calouros era composta por dois músicos, quando a apresentadora chamava o intervalo do programa, os músicos se mostravam palhaços e dublavam uma música bem brega como “Imortal” da banda Sandy e Junior. Era cômico ver um homem dublando a Sandy e ao mesmo tempo brigando pelo foco com o “Junior”, que ficava no fundo do palco com um violão na mão. Em outro comercial a banda parodiou o banda Back Street Boys, cinco palhaços com roupas parecidas com as usadas pela banda. No começo da música cada um ia tomando seu espaço no palco e se mostrando para o público, com passar da música acontecia uma briga, e cada “boy” ia matando o outro, por final todos estão mortos.
Como qualquer espetáculo de palhaço não existe a quarta parede, a todo o tempo os palhaços mexem com a plateia, em certo momento o show parou e os palhaços deixaram aberto para a plateia ir ao palco e apresentar alguma coisa, todos ficaram tímidos, então o palhaço chamou um homem que falou que sabia tocar bateria e que precisava de outra pessoa, fui convidada para ir ao palco, quando dei por mim o microfone já estava na minha mão, ouvindo o som da bateria, fiquei sem saber o que cantar, a assistente de palco falou cantar Atirei o pau no gato, cantei e fiz coreografia. Cricrítica não me aprovou, mas já era de se esperar. No final do espetáculo fui chamada no palco de novo e ganhei dois ingressos para assistir o freak show.
Por Stephanie Ferreti (resenha de apresentação ao vivo de palhaço para componente curricular Laboratórios de Criação e Práticas Artísticas - Ementa - Improvisação e Palhaçaria, IHAC/UFBA, ministrado pelo Prof Dr. Demian Reis.)
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