Chegamos ao último final de semana do Grande Hein?ComTraço de Palhaço!!! Este SÁBADO, às 18h na Pituba teremos como convidados especialíssimos Os Caras do famoso, sensasional e internacional (ui!) "TATARAVÓ"!!!


                                                                                           Foto: Anderson Zeg 
Assisti ao espetáculo de palhaçaria de rua denominado “Tataravó” com os atores Demian Reis representando o “Super Tezo”, Alexandre Luis Casali representando o “Bat Fofo” e Celo Costa representando o “Trilili” cantando e encantando a todos com os ritmos da sanfona.
Encantou-me a aparente simplicidade das ações que faziam todos da platéia rir. Percebi que algumas destas atitudes que levavam todos ao riso foram trabalhadas em sala de aula, como a “presença” do Augusto, interpretado pelo “Bat Fofo” e do Branco, interpretado pelo “Super Tezo” com suas inerentes peculiaridades como o jeito bobo e mais sério, respectivamente, de cada personagem. Notei como o Demian frisa na sala de aula, que é possível interpretar ambos os palhaços dependendo de quem seja a sua dupla e esta capacidade de se reinventar e interpretar palhaços diferentes está presente nos grandes atores. Por exemplo, para mim,  Demian é um incrível e eterno “Augusto” por ter um jeito encantadoramente bobo com suas “caras e bocas” e atitudes corporais, todavia ele tem a capacidade de se reinventar e de surpreender nas apresentações como o “Augusto”.



O Super Tezo e o Bat Fofo interagiam com o público o tempo todo, se colocando como o motivo dos risos, a exemplo do momento em que interpretaram um jogo de ping-pong, no qual o Super Tezo lançava a bolinha imaginária para longe fazendo com que o Bat Fofo fosse buscar interagindo assim com a platéia, pegando a pipoca de um, sentando no colo de outrem, causando o riso de adultos, crianças e manifestações de cachorros presente no local. Momento, aliás, em que os atores usaram os improvisos maravilhosamente bem, de forma cômica, pois a bolinha imaginária foi lançada para perto do cachorro e o Bat Fofo se intimidou em passar por perto do mesmo, virou para a platéia e fez uma expressão que arrancou gargalhada de quem viu a cena. Esta expressão, aliás, me remeteu aos aprendizados em sala de aula em que o Demian leciona através de demonstrações e repetições para que possamos aprender e nos tornar um pouco palhaço a cada aula.
O Super Tezo usava sapatos gigantes, calça e uma cueca vermelha por cima, uma camisa e tinha a parte da barriga aparecendo, no entanto, no primeiro momento do espetáculo esta roupa estava coberta por um casaco bem colorido e ao retirá-lo arrancou risos da platéia, pois estava verdadeiramente cômico, uma barriguinha com pêlos aparecendo. Após a retirada do casaco colorido, em outro momento, ele apresentou uma capa vermelha verdadeiramente grande, nada comparado com as capas de super-heróis que estamos acostumados a ver em desenhos. Todos acompanhavam rindo e observando com ares de admiração, surpresa e sem acreditar em como o Super Tezo havia conseguido uma capa daquele tamanho. Os risos nesta hora faziam doer a barriga.
O Bat Fofo, em compensação, usava uma máscara pequena preta e uma roupa em tons escuros que remetiam a roupa usada pelo Batman. Quando ele começou a querer voar, com uma capinha pequena que nem o vento conseguia balançar e de nada lembrava a capa gigante do Super Tezo, foi muito engraçado, justamente por ser antagônico. O Super Tezo desdenhou do Bat Fofo com sua super capa e o Bat Fofo ficava balançando sua capinha com a mão, levando a platéia a rir sem parar.



Após assistir a este espetáculo, refleti sobre como a arte é capaz de envolver e unir as pessoas. A arte é mais do que agir racionalmente, que é a forma com a qual somos ensinados desde quando entramos na escola, a arte é também saber sentir, ter intuição e tato. Não me surpreende que durante a Ditadura no Brasil, os artistas tenham sido os primeiros a serem perseguidos. A arte envolve e nos faz sair da esfera em que tudo o que fazemos vem apenas do lado racional. O ser humano é racional também, mas não unicamente e é isso que a arte desperta, os sentimentos e intuições inerentes, mas adormecidos em muitos seres humanos.

por Claudia Martins Pires

Comentários

Anônimo disse…
Olá!
Estive ontem no Campo Grande e gostei muito de conhecer a arte de vocês!
Minhas crianças adoraram.
Um grande abraço.
Demian Reis disse…
Que bom, fico feliz de saber que gostou e registrou aqui no Blog, obrigado pela atenção.

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