Rumo a uma próxima residencia artística agora no Capão na Ilha do Mato 1 de setembro a 1 de outubro 2016
Cabaré da Ilha
Direção: Demian Reis
Realização: Ilha de mato
Local: Circo do Capão.
Data: 30 de setembro de 2016
A Residencia artística na Ilha de Mato - Vale do Capão - Chapada Diamantina - Bahia - durou do dia 1 de setembro a 1 de outubro de 2016. Tudo começou com a saga do amarra cachorro. No mutirão do circo Ilha de Mato, na lavagem, na reforma, na colagem da lona, na pintura do picadeiro. Abrimos caminho sob a chefia de Alberto M Carvalho Beto, acompanhado do seu bom humor e criatividade a mil por hora na primeira semana. Na segunda semana recebemos uma oficina de eco print guiada pela Marina Albin, que nos encantou com as possibilidades de imprimir as marcas, texturas e cores de folhas e flores em roupas e papéis. E os trabalhos artísticos cênicos se abriram com a calorosa companhia de Maira Di Natale e Andre Rangel C. de Oliveira. Eu me arriscando em novos desafios com o tecido e Uerla Cardoso com sua música, poesia e pesquisa com a natureza. Na quarta semana foi chegada a hora das oficinas de Teatro físico com Uerla e eu com os Caçadores de risos. No decurso deste encontro com seres que habitam o vale chegou a hora de compartilhar isso tudo com a comunidade através de um cabaré. Como diretor foi minha hora de aguçar os ouvidos para escutar os desassossegos alheios para confundir tudo numa ilha. Foi tanta abertura, tanta recepção, tanta generosidade, tanta abundancia criativa que o bolo saiu maior que a encomenda; O que era pra ser um cabaré teve ares de espetáculo, o espetáculo da Ilha do Desassossego. Com teatro, música, circo, riso e poesia de Fernando Pessoa. Um barco tripulado por artistas naufraga. O último a cair é o equilibrista. Em meio a solidão começam a surgir as memórias e os delírios... dos náufragos em volta da fogueira, quem poderá nos salvar desta ilha? Um pergaminho surge como uma ilusão desejada, e uma voz macia envolve todos num sono prestes a se tornar sonho, um prestidigitador começa desfiando o tecido do artista, três amigas brincam de esconde esconde e mergulham no mar maravilhadas com o malabarismo das algas, uma baleia no céu canta suas dores, dois amigos contam histórias de caçador para espantar seu medo da escuridão ruidosa, es que aparecem habitantes no trapézio da tribo, a noite é uma criança e todos se reúnem mais uma vez para apreciar a dança da lua de lira, dois monges aparecem para nos confortar mas se rendem a chegada de um terceiro. Não somos os únicos ilhados. Ha um certo alívio em sentir que há muitas ilhas habitados por outros desassossegos e desassossegados; que não os nossos, que não nós. Não estamos sós. Neste momento milhões de cérebros compõe seus desassossegos, cada um de sua ilha. Como é bom quebrar nossas marés de solidão visitando as ilhas do outro. Namastempo é a palavra do novo profeta, quando o desassossego for demais façamos uma grande festa. Que esta ilha se comunique com as muitas ilhas pelo mundo afora.Foi bom demais renascer nesta ilha que proporcionou o encontro com tantos outros, ilhados. Gratidãooooo a Luanna Lima pela iniciativa da Residência Artística que possibilitou a manifestação dessa ilha e os vários companheiros de viagem: pessoas que participaram das oficinas Leila Kissia, Liz, Hugo, Rodrigo, Luli, que ajudaram na divulgação Diana Carvalho, me emprestaram figurino com carinho: Pusa Pinaud e Carola Costa, ao elenco ( Uerla Cardoso, Luanna Lima, Solange Rocha, Deja Guimarães, Pablo, Bony Ribeiro,Nicolas, Ludmila Bas, Maira Di Natale, Andre Rangel, Matias Coulon Yañez,Claudio Zakka, Ninha Almeida. A Paolo e Mary do Circo do Capão. Também a todos com quem interagi, reencontrei e conheci ao longo deste setembro no vale do Capão.
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