prisão

Pra se conectar com alguém, descobrir e se familiarizar em que prisão psicológica ela se encontra, pode ser uma estratégia interessante. A ingênua suposição de que ela não esteja numa certa prisão não cabe neste raciocínio, mesmo que ela goze de uma liberdade aparentemente incondicional e ilimitada. Todos se encontram aprisionados a elos e cadeias afetivas, mesmo que esta cadeia afetiva vise sustentar unicamente vantagens materiais, como dinheiro, poder, sexo. O que na maioria das vezes não ocorre, sendo amizade, família e amor profissional companias comuns de nossas celas mentais. Ocorre que a complexidade de laços sociais e afetivas e padrões mentais e materiais entorno da vida de cada sujeito revelam suas tendências em maior e menor grau. Tendências que moldam e monitoram o seu modo de agir, circular, produzir afetos e gerar sociabilidades. Conhecer alguém, em última instância, é conhecer a sua prisão. Se o caminho de conhecer alguém é desejável, pra que temer entrar nas celas alheias? Sempre que entramos na cela de alguém, ao menos temos a oportunidade de desfrutar do prazer gerado pelo movimento de sair da nossa.

Comentários

Lidia disse…
Muita racionalização conduz ao desencanto... Às vezes também à resignação. Afinal até à liberdade, enquanto humanos, todos nós estamos condenados - já dizia Sartre...
Demian Reis disse…
Seu raciocínio foi bacana...rsos bem... Adorei a citação de Sartre... Mas me pergunto se é possível controlar, medir e determinar o ponto ideal da racionalização? Tenho uma impressão que com relação a este ponto os temperamentos tendem a se chocar. Resta investigar se a natureza e qualidade deste choque é divertida ou não. Se ela não for, cabe a cada um torná-la divertida, desde que, divertir-se na duração da vida, for a sua escolha.

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